12.9.07

Escrita criativa....

Depois de bem aconchegada na minha mão, sugeri-lhe que me ajudasse a escrever algo diferente. Deslizou no papel à medida que recebia as minhas indicações. Letra após letra, palavra após palavras, frases que nasciam dando vida a esta folha de papel amarrotada. Não uma folha qualquer... de cor neutra, triste e sedenta de conteúdo.
Caduca, lírica e sóbria de linhas, deixou que esta caneta azul a acarinhasse criativamente.
A sua letra, bem definida e de traçado víncado, forte, deleitou a alma deste pedaço velho de papel...
A escrita, enquanto espelho de nós, deixa transparecer os segredos mais íntimos, todas as lembranças de uma infancia perdida, ampliando a nossa memória. Passado presente, e presente longíquo.
Fantasiada de túnica sóbria que dá cor à imaginação... ganha novos tons e seduz o seu leitor. Carregada de simbolismo, evoca à nossa memória criativa, pensamentos, divagações, ideias, sensações... poemas de nós.
Juntas, as frases, dão sentido ao meu pensamento, libertam-me, roubando-me aquela inocência característica de mim.
Eu sou o teu texto. Decora-me, devora-me... incorpora-me em ti.
Escrita imprópria, viajante da alma... devoradora do tempo! do teu tempo, do meu tempo...
Produto de mim própria.
Acto isolado, egoísta e irreflectido. Ideia, estrutura... fundamento de mim.
Pensamento que teima em estagnar.

Tell@

1 comentário:

L. Valente disse...

A escrita! Essa amiga incondicional que me trouxe há tempos o tempo e nunca, nunca mais, a quero deixar evadir-se por um só momento.
Não é a minha pobre mão que move a caneta ou o lápis, mas sim o fervilhar de sensações que as palavras, baralhadas como num simples jogo de cartas, despertam e acertam num alvo que nem eu mesma sei determinar...

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