23.4.11

Por entre palavras e pensamentos...

Ao ripostar, senti a dor da ausência da palavra. Vacilei. Encerrava uma verdade irrefutável. Uma contestação em prosa. Laica. Através de mim, perdura a sensatez da resposta. Entre o teu tempo, o meu espaço e a nossa dúvida, reside a fórmula da inquietude. Desenhadas nestes muros caiados, as palavras vãs do meu pensamento, vacilam por entre pinceladas desentendidas. Rispidez na cor, na textura labial que reproduzem estes sons inventados. Leio a voz das palavras proferidas, ouço os teus argumentos sem receios. Ripostei de novo. Vomitei pormenores de nós, enquanto descalça pisei a textura do teu ventre. No ar o cheiro do teu cigarro. Esse fumo que liberta e esvoaça. Volto a caiar a parede dos nossos sonhos. Um livro aberto, sedento de palavras e memórias. Através da janela, revejo-te vestida de olhar a mar. Estonteante beleza. Não existem palavras que a descrevam. A verdade será sempre uma recompensa. O futuro incógnito, numa equação resoluta. A palavra e a matemática na vida, num encaixe perfeito. Tal como o amor e a certeza da partilha entre seres diferentes que se complementam.


Tell@

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