8.6.11

Miséria de dia...

Miséria de dia. Enjaulada, como não gosto nada. E muito menos acamada. Zipando, vou percorrendo todos os canais da TV. Revendo as horas, minuto a minuto. Nem mesmo assim elas passam, voando à velocidade que quero. Meto a quinta mas continuam sem avançar. Hoje não há necessidade de dar corda aos sapatos. São muito mais compridos estes dias vazios de vida. Vazios de pessoas. Vazios de alaridos e de acções. Parcos em palavras alheias. Nem a medicação é remédio santo. Nem a almofada aconchega, de tão farta que estou dela. Dias assim são inúteis. Ao contrário, faltam-me as forças para muito mais. Ou quase nada. Escrevo, ocupando o meu tempo. Na esperança que, através deste texto, algo mágico aconteça. É o tempo que nos transporta. E mesmo acamada, é ele que nos impede de seguir ou inibe de correr. De qualquer forma não tenho pernas para correr. Forças para o fazer. Nariz para o cheirar. Pulmão para o inalar. O melhor é sossegar e esperar. Sentar e calar. Não pensar. Estar comigo mesma. Viro para a esquerda e paro. Para a direita e fixo o olhar. Miséria de dia.

Tell@

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