10.11.09

inquietudes

Inquietudes. Tentativas vãs de um sossego antecipado. Inquieta me movo em busca do meu presente. Porquê? A resposta é sempre uma incógnita. Ela tenta ganhar forma, contudo desmaia de imediato. Os limites impostos pela incerteza, indiferentes a todos quantos as aguardam, deixam a descoberto as falhas da sociedade. A sociedade somos nós. Calculistas, fantasmas debutantes que renegamos a felicidade em prole de outros desejos que desconhecemos. Fingimentos sem escárnio. Barreiras que teimam em ultrapassar, aguardando que a felicidade em nós, se erga do nada. Soltamos ecos e sorrisos. Aplaudimos. Proferimos palavras vãs, em sinal de descontentamento.
Hoje, sento-me no tapete da vida e aguardo. Evoco ao vento que me transporte para parte incerta em busca da perfeição. É lá que reside o outro lado da vida. O mestre que a guarda, em sinal de respeito, conta-me segredos de verdade. Imagem inigualável, suprema e divina, agarrando um balde de histórias com alma. Lá dentro, a minha história ganha forma. Idêntica a tantas outras, emite uma luz sombria que atrapalha a sua leitura. Revejo momentos únicos, paraísos partilhados na companhia de amores-perfeitos. Inclino-me e choro. A distância dói. Devora-nos sem pudor. Reclino-me, enxugo as lágrimas e, em simultâneo, fecho os olhos. Sinto. Lerda nas acções, sou uma aprendiza devota. Na boca, palavras que teimam em cair, na língua, o sabor do desejo e, na pele, a nudez do vazio. Não existem soluções, apenas reparos momentâneos que teimam em não crescer dentro de nós. Quem disse que sentir era fácil?
Tell@

1 comentário:

Disforme disse...

adoro! adoro! adoro!beijinhos :)

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