10.3.10

momento certo

Ritual resplandecente que guardo em mim. Na plenitude da sua certeza, um abraço viscoso entre corpos banidos. Latidos que ecoam por entre nuvens de desejo. Nestes corpos desnudados, metáforas que rejubilam entrelaçadas. O frio que me atormenta rasga-me, também, a memória do sonho. São episódios que me percorrem o pensamento durante a noite. Lentamente, cintilam revigorados trazendo a aurora de um novo dia. Abre-se o céu, dando lugar a um vasto mar de aves que nos atravessam e gritam aos ouvidos. O tempo passa, o inverno recolhe-se e, quentinha, aguardo que a primavera se sente comigo à lareira. Ela saúda-me, segredando-me palavras ledas, recheadas de acordes tonais, premissas que ventilam e me adornam. Recostada, miro a paisagem. Respiro entre pedaços de tempo que teimam em passar, entre circunstâncias e sinais de manhas sem preconceitos, tardes descansadas e noites perfeitas. Cerro os olhos, inspiro e alivio a alma. Cata-vento em mim que há muito rodopia, encarquilhado e desvairado, numa busca incessante pelo momento certo.
Tell@

1 comentário:

Anónimo disse...

Conforme prometido, mesmo que algum tempo, vim ao teu blog, gostei do que vi e li!! E ñ vim só hoje... Mas hoje quis deixar um comentário!

Um bom fim de semana!
Jinhos
Mari@

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