Há muito que aqui não vinha. O excesso de trabalho inibiu-me a criatividade e a liberdade de pensar. Apesar de liberta de aulas, a burocracia a que temos sido sujeitos, num processo contínuo de habituação a sucessivos relatórios e documentos legais, transformou-nos em verdadeiros workaholics. Numa viagem surreal através das palavras, ideias, textos e gráficos, vamos tentando registar por escrito o trabalho realizado ao longo do ano e os resultados obtidos. Depois destes, estudos comparativos com anos lectivos anteriores. Com as metas do Agrupamento na linha do horizonte, vamos vagueando por entre frases e textos, parágrafos sem fim. O horizonte é ainda intocável, apesar das medidas e constantes intervenções no sentido contrário. Somos todos falíveis. O fruto só apodrece por si mesmo, num tempo só seu. As horas parecem minutos e estes, quando passam, nem os conseguimos sentir. O ritmo de trabalho tem sido alucinante e devorante de cansaço. A vela arde e derrete lentamente, aguardando por nós. Contudo, em tempos opostos, nem eu nem ela, revertemos o sentido e escolhemos continuar sem parar. Os sinais de trânsito não passam de puras miragens. As férias aproximam-se lentamente. Ainda não estamos prontos para as receber. Contudo, de marmita na mão, PC no horizonte, eis-me relatando em segredo. Ainda faltam dois relatórios específicos, o preenchimento de dois documentos numa plataforma oficial, a construção de um projecto e o preenchimento da minha ficha de autoavaliação (dizem, com elementos dos dois últimos anos de trabalho). Nada de mais. Depois de começar, o resto vem por acréscimo.
Tell@
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