6.5.11

O rescaldo do dia...

Dezoito horas certas e eis que chegam os primeiros Encarregados de Educação. Mais uma reunião conjunta, esta mais calma que a primeira. As avaliações do 2º período foram bastante melhores, quando comparadas com as do 1ºP. As batalhas travadas desgastaram, mas não foram em vão. Dia após dia, num truque de resgate da confiança e da auto-estima, foram-se conquistando, cada vez mais, momentos de glória. De voz na goela, brincadeira na alma e numa recusa sintomática pela aprendizagem, a recuperação foi gradual e devastadora, deixando-nos completamente despidas de estratégias. Contudo, com o tempo do nosso lado, fomos ganho espaço e renovando os laços de união. O processo devorava-os, passando a aliados. Cercados, foram-se rendendo às evidências. O efeito da melhoria das notas, proporcionava-lhes uma sensação agradável. Muito melhor que o efeito do desassossego em que se encontravam. Junto dos pais, pude esclarecer sobre as situações que têm ocorrido na sala de aula: boas e menos boas. Os estágios têm sido uma preocupação. Enchem-me o dia, perturbam-me o sono. Invariavelmente irremediáveis. Da meia centena de contactos realizados, o desânimo das respostas negativas. Justificações pouco plausíveis, resultantes do estado caótico em que este país se encontra. Não desisti ainda mas… já começo a perder a esperança. Precisava de um milagre, pois a maioria deles merecia passar por esta experiência, obrigando-os a crescer em contextos diferentes da realidade que ingerem diariamente. O elástico quando estica demais rebenta. Sinto-me chegar a esse ponto. Coloquei todas as minhas dúvidas, incertezas e maiores desejos aos pais. Alguns mostraram entender mas com desalento na voz. São sinais de um tempo de crise. Caricatura da sociedade actual. Uma geração ainda muito jovem, mas a quem as portas já começam a fechar. Lamento a situação. Acima de tudo, por eles. Gostaria de poder contrariar a corrente, mas não possuo nenhuma varinha de condão.
Tell@

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