29.2.12

Na escola...

Diariamente, naquele contexto, são necessárias grandes acrobacias para que o impossível nunca ganhe forma. São jovens imprevisíveis e contagiantes. Assumem as suas funções na escola, despidos de vocação e de expectativas. Vão e voltam, remoendo como bonecos articulados. Apenas o mais banal os atraí. Ficam atónitos e completamente irreversíveis no olhar. De surdez permanente, fingem não ouvir. Pequenas avionetas que sobrevoam as aulas, repetidas vezes. Não chegam a aterrar com medo de se envolverem. Só se ensina quem quer aprender. Aprender pressupõe envolvimento, numa partilha permanente. Numa construção equitativa. Serão sinais de tempos modernos?! Ou apenas o resultado de ações sintomáticas, ávidas de um lugar ao sol?! A melodia é sempre a mesma. As vozes desafinadas entoam notas desalinhadas. Eles gritam, falam desnorteados, intentam em delírios, brincam e evocam as suas vontades, com rispidez na alma. Os estudos são secundários, apenas quando o tempo urge. E, mesmo assim, só depois de muito esforço e de sucessivos pedidos. Talvez um dia, dobrado o cabo das Tormentas, possam construir algum projeto de vida.




Tell@

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